Grama-bermudas
Fatos sobre alérgenos, sintomas e tratamento


Grama bermuda

A grama bermuda tem folhas curtas e chatas e estolhos (caules rastejantes) que se espalham acima e abaixo do solo, o que ajuda a desenvolver um gramado denso.1 A espécie é amplamente naturalizada em regiões tropicais e subtropicais e é uma espécie invasora em muitos locais.2 Considerada uma das gramíneas agrícolas e ambientais mais importantes do mundo, esta planta perene de crescimento rápido e tolerante à seca invade áreas urbanas, estradas, trilhos de trem, plantações e outros. No entanto, também é usada em muitos países como pastagem, grama e cobertura de solo antierosão.2 A grama bermuda espalha pólen em abundância, transportado pelo vento. Possui alergenicidade grave e é um dos tipos de grama mais importantes em termos de alergia.3 As pessoas sensibilizadas à grama bermuda geralmente apresentam sintomas de rinite alérgica (febre do feno), que afeta o nariz, os olhos e a garganta. Além disso, o pólen das gramíneas pode desencadear ou piorar os sintomas da asma.4 Outros nomes para a grama bermuda incluem dente de cachorro, grama Bahama, grama do diabo, grama sofá e grama estrela.2

Onde a grama bermuda é encontrada?

Acredita-se que a grama bermuda tenha se originado na África; no entanto, ela se espalhou virtualmente por todo o mundo para lugares como Ásia, Europa, Caribe, ilhas do Oceano Pacífico, Australásia, Antártica e América do Norte, Central e do Sul.2,6

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Como fazer um teste de alergia

Existem outros alérgenos que poderiam me sensibilizar?*

Muitos pacientes com alergia à grama bermuda podem apresentar sintomas quando expostos a outros alérgenos como os pólens arbóreos, de ervas daninhas e outras gramíneas, o que torna difícil determinar qual deles está causando os sintomas, principalmente quando as temporadas de pólen se sobrepõem. Isso é chamado de reatividade cruzada e ocorre quando o sistema imunológico do corpo identifica proteínas ou componentes em substâncias diferentes como sendo estruturalmente semelhantes ou biologicamente relacionadas, desencadeando uma resposta.8 Outros alérgenos respiratórios que podem causar reações associadas à grama bermuda são outras gramíneas, incluindo o trigo, juntamente com os pólens arbóreos e de ervas daninhas.8

Se você sentir coceira na boca ou garganta depois de comer frutas frescas ou verduras cruas, é possível que você tenha uma síndrome de alergia oral (SAO), às vezes chamada de síndrome da alergia pólen-alimento (SAPA). Esse quadro é causado por uma reação do sistema imunológico a proteínas ou componentes semelhantes encontrados em diferentes alérgenos. Isso é muito comum, sendo que até 25% das crianças que têm de rinite alérgica (febre do feno) também apresentam SAO.9 Alimentos vegetais comuns associados à SAO por grama bermuda incluem melão, melancia, frutas cítricas, banana, abacaxi, caqui, abobrinha, tomate, avelã, amendoim e muitos outros.8

Conhecer as proteínas ou componentes de cada alérgeno que estão desencadeando os sintomas pode ajudar a orientar seu plano de controle. Com isso em mente, e com base no histórico de sintomas, o médico pode sugerir algo chamado teste de IgE específica para componentes de alérgenos. Este teste pode ajudar a revelar outros pólens e alimentos capazes de causar uma reação em você. Os resultados desse teste também podem ajudar o médico a decidir se a imunoterapia alérgeno-específica pode reduzir seus sintomas.8

Os resultados do teste de IgE específica para componentes de alérgenos já estão prontos?

Os resultados do teste de componente incluirão o nome dos componentes (uma série de letras e números). O médico provavelmente analisará os resultados com você, mas aqui você também encontra uma análise rápida que pode ser usada como referência. Basta associar os nomes dos componentes com a lista abaixo e ver o que significam para o controle dos sintomas.8

nCyn d 1 

  • Indica que os sintomas são causados pelo pólen de grama bermuda e espécies relacionadas.8
  • A imunoterapia com pólen de gramíneas pode ser uma opção.8

rPhl p 7

  • Indica que os sintomas podem ser causados por gramíneas ou por outros pólens, por exemplo, de árvores e ervas daninhas. Uma investigação mais aprofundada pode ser considerada para confirmar todos os desencadeantes de alergia.8
  • Pode estar associado a sintomas mais graves e prevalência mais alta de asma do que outras alergias ao pólen de gramíneas.8

rPhl p 12

  • Indica que os sintomas podem ser causados por gramíneas ou por outros pólens, por exemplo, de árvores e de ervas daninhas. 8
  • Pode estar associado à SAPA após a ingestão de frutas e verduras, como melão, tomate, maçã e aipo. Recomenda-se pesquisa mais aprofundada8

MUXF3 (CCD)

  • Como sendo o único teste de componente com positividade para IgE específica positiva da grama bermuda combinada com MUXF3 CCD (determinante de carboidrato de reação cruzada), ele indica que a causa dos sintomas pode ser algo diferente do pólen de grama.8

Os resultados do teste devem ser interpretados pelo médico, no contexto de seu histórico clínico. O diagnóstico final e a decisão de controle adicional são feitos pelo médico.

*É possível que esses produtos não estejam liberados para uso médico no seu país. Converse com o médico para entender a disponibilidade.

Como é possível controlar a alergia?

O controle da rinite alérgica inclui evitar os alérgenos relevantes e realizar o tratamento sintomático e a imunoterapia com alérgeno.9,11,12

  • Informe-se sobre as contagens locais de pólen todos os dias e limite seu tempo fora de casa quando as contagens de pólen estiverem altas. A chuva ajuda a eliminar o pólen do ar e, portanto, o melhor momento para sair é depois de uma boa chuva.
  • Peça que outras pessoas façam as tarefas ao ar livre sempre que possível. Se não puder evitá-las, use uma máscara antipólen. 
  • Mantenha as janelas fechadas e use ar condicionado em seu lugar.
  • Lave as roupas de cama pelo menos uma vez por semana em água quente com sabão.
  • Lave suas roupas após atividades ao ar livre e seque todas elas na secadora em vez de estendê-las em varais em áreas externas.
  • Tome banho e lave os cabelos todos os dias antes de ir dormir, para manter o pólen longe da sua cama.
  • Escove os animais de estimação para remover o pólen antes de deixá-los entrar em casa.
  • Certifique-se de que todos tirem os sapatos antes de entrar em sua casa.
  • Use filtros antialérgicos e antiasma certificados.
  • Tratamento farmacológico, que inclui anti-histamínicos, corticosteroides, descongestionantes e lavagem com soro fisiológico.
  • Imunoterapia alérgeno-específica, conforme orientação médica.

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Sintomas comuns

Os sintomas de alergia a grama bermuda podem ser semelhantes a diversas outras alergias a pólen e incluir:4,9

  • Espirros
  • Congestão nasal
  • Coriza
  • Olhos lacrimejantes
  • Coceira nos olhos e garganta
  • Chiado no peito

Se uma pessoa estiver sensibilizada por grama bermuda e tiver asma, o pólen da grama pode desencadear ou exacerbar sintomas de asma, como a tosse e o chiado no peito.4,9

Embora os sintomas geralmente se limitem à garganta, nariz e olhos, algumas pessoas gravemente alérgicas à grama também podem desenvolver urticária após contato com seu pólen.5

Como saber se tenho alguma alergia?*

Junto com seu histórico de sintomas, o teste cutâneo ou o exame de sangue para IgE específica podem ajudar a determinar se você apresenta sensibilização a um alérgeno específico. Se você tiver um diagnóstico de alergia, o médico criará um plano de controle junto com você.

*É possível que esses produtos não estejam liberados para uso médico no seu país. Converse com o médico para entender a disponibilidade.

Temporada de pólen

A polinização da grama bermuda atinge seu pico do início do verão ao outono, mas pode persistir durante todo o ano.7

Existe risco de evento grave?

Respostas próximas à anafilaxia ocorreram nos casos de reação mais perigosos.5 Além disso, anafilaxia foi relatada em casos de grama alergênica em contato com pele escoriada.10

  1. Encyclopedia Britannica [Internet]. Chicago: Encyclopedia Britannica Inc.; 2016 Jan 29. Available from: https://www.britannica.com/plant/Bermuda-grass.
  2. Rojas-Sandoval J, Acevedo-Rodriguez P. CABI Invasive Species Compendium.|place unknown|:CABI, 2019 Nov 20. Available from: https://www.cabi.org/isc/datasheet/17463.
  3. Pollen.com [Internet]. Plymouth Meeting, PA: IQVIA Inc.; 2020. Disponível em: https://www.pollen.com/research/genus/cynodon.
  4. American College of Allergy, Asthma & Immunology [Internet]. Arlington Heights, IL: American College of Allergy, Asthma & Immunology; 2014 [2018 Apr 23]. Disponível em: https://acaai.org/allergies/types/pollen-allergy.
  5. Gagne, C. When grass allergy attacks: From symptoms to managing. Allergic Living. 2020. Disponível em: https://www.allergicliving.com/2010/07/02/outdoor-allergy-grass-allergy-attack.
  6. Gangl K, Niederberger V, Valenta R. Multiple grass mixes as opposed to single grasses for allergen immunotherapy in allergic rhinitis. Clin Exp Allergy. 2013 Nov;43(11):1202-16. doi: 10.1111/cea.12128. PMID: 24152153; PMCID: PMC6624134.
  7. Pablos I, Wildner S, Asam C, Wallner M, Gadermaier G. Pollen Allergens for Molecular Diagnosis. Curr Allergy Asthma Rep. 2016 Apr;16(4):31. doi: 10.1007/s11882-016-0603-z. PMID: 27002515; PMCID: PMC4803804. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4803804.
  8. EAACI, et al. Molecular allergology user’s guide. Pediatr Allergy Immunol. 2016 May;27 Suppl 23:1-250. doi: 10.1111/pai.12563. PMID: 27288833. Available from: http://www.eaaci.org/documents/Molecular_Allergology-web.pdf.
  9. Roberts, G., Xatzipsalti, M., Borrego, L., Custovic, A., Halken, S., Hellings, P., Papadopoulos, N., Rotiroti, G., Scadding, G., Timmermans, F., Valovirta, E. Paediatric rhinitis: Position paper of the European Academy of Allergy and Clinical Immunology. Allergy. 2013 Sep;68(9):1102-16.
  10. Tsunoda, K., Ninomiya, K., Hozaki, F. and Kaga, K. (2003), Anaphylaxis in a child playing in tall grass. Allergy, 58: 955-956. doi:10.1034/j.1398-9995.2003.00121.x. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1034/j.1398-9995.2003.00121.x.
  11. Asthma and Allergy Foundation of America [Internet]. Arlington, VA: Asthma and Allergy Foundation of America; 2019 Apr 9. Disponível em: https://community.aafa.org/blog/tips-for-preventing-allergic-reactions-to-tree-and-grass-pollen.
  12. Mayo Clinic [Internet]. Rochester, MN: Mayo Foundation for Medical Education and Research; 2020 Apr 16. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/hay-fever/in-depth/seasonal-allergies/art-20048343.