Aspergillus fumigatus
Fatos sobre alérgenos, sintomas e tratamento


Aspergillus

Encontrado em todo o mundo, o Aspergillus fumigatus pode colonizar as vias brônquicas das pessoas que têm asma, causando asma grave e diminuição das funções pulmonares e, às vezes, levando a doenças graves.

Pertencente ao gênero Aspergillus, mais amplo, o Aspergillus fumigatus é tipicamente de cor azul esverdeada a cinza com uma textura de lã ou algodão.3 Embora o aspergillus seja considerado um fungo sazonal de ar livre frequentemente encontrado na vegetação em decomposição, ele também pode colonizar ambientes internos, como sistemas de ar condicionado, e é um dos três fungos aéreos de ambiente interno mais comuns (junto com penicillium e cladosporium).1,4,5 O aspergillus requer umidade mínima e algumas espécies toleram condições muito secas. Como tal, o aspergillus pode crescer rapidamente em áreas impróprias a outros fungos. Ele produz esporos pequenos, secos e facilmente aerossolizados, o que os torna um contaminante significativo do ar em ambiente interno.7 Se você tem alergia ao Aspergillus fumigatus, você pode apresentar sintomas após inalar seus esporos.8

Onde o Aspergillus é encontrado?

O Aspergillus fumigatus pode crescer tanto em ambiente interno como ao ar livre.6 Ao ar livre, ele prefere ambientes como solo, folhas em decomposição, fezes de aves, compostagem, aparas de madeira, feno, grãos e batata-doce armazenados, feno e outras culturas.3,14 No entanto, o fungo se reproduz por esporos, que podem ser transportados por ar, água e insetos.9,15 Portanto, mesmo que um fungo tenha origem ao ar livre, frequentemente ele entra em moradias através de vários meios, incluindo portas, janelas, aberturas e sistemas de aquecimento e ar condicionado.16 O aspergillus pode crescer em superfícies internas, como dutos de ventilação, pisos, paredes, vasos de plantas e poeira doméstica, e é frequentemente encontrado em alimentos ricos em amido, como arroz, cereais e pão. No entanto, também é conhecido por contaminar grãos de cereais e crescer em carnes processadas e curadas.3

Cresce perfeitamente em temperaturas de 37 a 43 °C, mas pode tolerar uma faixa de 12 a 57 °C.14 Embora o Aspergillus fumigatus tenha distribuição quase mundial, a prevalência dentro de casa varia muito. Por exemplo, nos Estados Unidos, foi encontrado no ar em 2,9% das residências no sul da Califórnia, mas foi medido em 4,5% das residências na Holanda.17

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Existem outros alérgenos que poderiam me sensibilizar?*

Algumas pessoas com alergia a Aspergillus fumigatus também podem apresentar sintomas quando expostas a outros tipos de fungos. Isso é chamado de reatividade cruzada e ocorre quando o sistema imunológico do corpo identifica proteínas ou componentes em substâncias diferentes como sendo estruturalmente semelhantes ou biologicamente relacionadas, desencadeando uma resposta.1

*É possível que esses produtos não estejam liberados para uso médico no seu país. Converse com o médico para entender a disponibilidade.

Como é possível controlar a alergia?

Se você for alérgico a fungos, o médico pode recomendar um plano incluindo o seguinte.8,9,20,21

  • Limite o tempo ao ar livre durante as estações em que os fungos estão mais ativos.
  • Use máscara ao mexer em material vegetal ou mover plantas e evite rastelar e queimar as folhas secas.
  • Evite celeiros, silos, feno, palha e musgo de turfa.
  • Use um filtro certificado próprio para asma e alergias nos aparelhos de ar condicionado e aquecedores, e troque os filtros regularmente.
  • Use desumidificadores para reduzir os níveis de umidade em ambientes internos a menos de 45% para criar um ambiente onde o mofo tem menos probabilidade de se desenvolver.
  • Melhore o fluxo de ar nas salas abrindo portas entre elas, afastando os móveis das paredes e acionando ventiladores.
  • Use exaustores em banheiros e cozinhas para retirar a umidade dos cômodos.
  • Conserte qualquer vazamento hidráulico. Verifique se há condensação nas janelas e remova as fontes de umidade.
  • Conserte vazamentos no telhado, limpe calhas e certifique-se de que a água da chuva se mantenha fora de sua casa.
  • Faça uma boa limpeza regularmente, incluindo pias e banheiras, vedação da porta de refrigeradores e latas de lixo.
  • Remova as roupas das máquinas de lavar imediatamente e limpe as vedações de borracha regularmente.
  • Elimine fontes de umidade em porões, como vazamentos de tubos e infiltração de água subterrânea.
  • Ligue ventiladores durante e após o banho.
  • Retire os tapetes de banheiros e porões, se houver.

O médico pode orientar você a tomar um dos seguintes medicamentos para melhorar os sintomas da alergia:

  • Os anti-histamínicos são comumente usados para reduzir sintomas como espirros, coceira e coriza.
  • Os corticosteroides nasais são usados para reduzir o edema do nariz e bloquear as reações alérgicas.
  • Descongestionantes orais e em spray nasal podem ser empregados para aliviar a congestão nasal.
  • Anti-inflamatórios como o montelucaste, que podem ser eficazes no tratamento da alergia a fungos.
  • A lavagem nasal diária com um frasco de apertar contendo água e sal pode ajudar a limpar os irritantes e aliviar os sintomas nasais.

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Sintomas comuns

Os sintomas de alergia a fungos podem variar de leves a graves e diferem de pessoa para pessoa.8 As reações podem ocorrer quase imediatamente após a exposição ou aparecer de forma tardia. Os sintomas são mais comuns no meio do verão até o início do outono. Contudo, como os fungos crescem tanto em ambientes internos quanto externos, as reações alérgicas podem ocorrer durante todo o ano.9

Os sintomas geralmente incluem um ou mais dos seguintes:8,10

  • Congestão nasal
  • Coriza
  • Espirros
  • Olhos irritados e lacrimejantes
  • Tosse
  • Chiado no peito
  • Coceira em olhos, nariz e garganta
  • Pele ressecada e com descamação

Sensibilização a fungos também é um importante fator de risco para o desenvolvimento de doenças respiratórias superiores e inferiores, como rinite alérgica (febre do feno) e asma alérgica.4,5

O Aspergillus fumigatus também pode colonizar o trato brônquico dos asmáticos, causando asma grave e baixa função pulmonar. Às vezes, leva a quadros graves chamados aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA) e micoses broncopulmonares alérgicas (MBPA).1 A doença envolve uma resposta alérgica e inflamatória ao fungo, e os sintomas podem incluir chiado no peito e tosse intensos, falta de ar, febre, fraqueza/mal-estar e tosse produtiva com manchas marrons ou muco com sangue.2 Na verdade, o Aspergillus fumigatus é a causa mais frequente de 80% de todas as doenças relacionadas ao aspergillus, incluindo asma, sinusite alérgica, pneumonite por hipersensibilidade, asma grave com sensibilização fúngica (AGSF) e ABPA.11 Em termos de prevalência, foi relatado que a ABPA ocorre em até 40% dos indivíduos que têm asma crônica e em até 10% daqueles com fibrose cística.12

Além disso, outras reações ao aspergillus podem incluir pneumonite por hipersensibilidade (também conhecida como alveolite alérgica extrínseca), que pode levar a uma doença crônica com lesão pulmonar irreversível. 5

Uma pequena parcela das pessoas asmáticas com alergia a fungos inalatórios também pode desenvolver urticária alérgica ao comer ou beber qualquer coisa que contenha leveduras ou fungos.13 Além de causar reações alérgicas, os fungos podem provocar infecções acompanhadas de reações tóxicas.14

Como saber se tenho alguma alergia?*

Junto com seu histórico de sintomas, o teste cutâneo ou o exame de sangue para IgE específica podem ajudar a determinar se você tem alergia a um alérgeno específico. Se você tiver um diagnóstico de alergia, o médico criará um plano de controle junto com você.

*É possível que esses produtos não estejam liberados para uso médico no seu país. Converse com o médico para entender a disponibilidade.

Existe risco de evento grave?

A exposição e a sensibilização ao Aspergillus fumigatus podem promover o desenvolvimento e a exacerbação de doenças alérgicas, como rinite alérgica, asma e aspergilose broncopulmonar alérgica grave (ABPA). O perfil de risco específico depende das proteínas às quais a pessoa é alérgica.1

Conhecer as proteínas ou componentes de cada alérgeno que estão desencadeando os sintomas pode ajudar a orientar seu plano de controle. Com isso em mente, e com base no histórico de sintomas, o médico pode sugerir algo chamado teste de IgE específica para componentes de alérgenos, capaz de ajudar a revelar seu perfil de risco em potencial.1

Os resultados do teste de IgE específica para componentes de alérgenos já estão prontos?

Os resultados do teste de componente incluirão o nome dos componentes (uma série de letras e números). O médico provavelmente analisará os resultados com você, mas aqui você também encontra uma análise rápida que pode ser usada como referência. Basta associar os nomes dos componentes com a lista abaixo para ver o que significam para o manejo dos sintomas.1,18,19

rAsp f 1

  • Indica que os sintomas podem ser causados especificamente por aspergillus.
  • Associado ao aumento do risco de asma e aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA).

rAsp f 2, rAsp f 4

  • Indica que os sintomas podem ser causados por aspergillus.
  • Forte associação com aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA).

rAsp f 3

  • Associado a asma e aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA).
  • Outros fungos além do aspergillus podem causar sintomas devido à reatividade cruzada.

rAsp f 6

  • Forte associação com aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA).
  • Outros fungos além do aspergillus podem causar sintomas devido à reatividade cruzada.

*É possível que esses produtos não estejam liberados para uso médico no seu país. Converse com o médico para entender a disponibilidade.

  1. Fukutomi, Yuma & Taniguchi, Masami. (2015). Sensitization to fungal allergens: Resolved and unresolved issue. Allergology International. 145. 10.1016/j.alit.2015.05.007. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1323893015001161?via%3Dihub.
  2. Asthma and Allergy Foundation of America [Internet]. Arlington, VA: Asthma and Allergy Foundation of America; 2019 Jun. Disponível em: https://www.aafa.org/asthma/asthma-triggers/other-health-conditions/allergic-bronchopulmonary-aspergillosis-abpa.aspx.
  3. Ward J., Leduc C. Mold Busters [Internet]. Ottowa, ON, Canada: Bust Mold Inc.; 2018 Sep 9 [2019 Apr 16]. Disponível em: https://www.bustmold.com/resources/mold-library/aspergillus-fumigatus.
  4. Ozdemir O (2015) Molds and Respiratory Allergy - Part 1. MOJ Immunol 2(2): 00045. DOI: 10.15406/moji.2015.02.00045. Disponível em: https://medcraveonline.com/MOJI/MOJI-02-00045.pdf.
  5. Simon-Nobbe B, Denk U, Pöll V, Rid R, Breitenbach M. The spectrum of fungal allergy. Int Arch Allergy Immunol. 2008;145(1):58-86. doi: 10.1159/000107578. Epub 2007 Aug 20. PMID: 17709917. Disponível em: https://www.karger.com/Article/FullText/107578.
  6. EAACI, et al. Molecular allergology user’s guide. Pediatric Allergy Immunol. 2016 May;27 Suppl 23:1-250. do: 10.1111/pai.12563. PMID: 27288833. (131-136 p.) Disponível em: http://www.eaaci.org/documents/Molecular_Allergology-web.pdf.
  7. Abbott, S. Molds and other fungi in indoor environments: Summary of biology, known health effects and references. (2003). Disponível em: http://www.nlmlab.com/sites/default/files/PDFs/NLML-IndoorMolds.pdf
  8. Mayo Clinic [Internet]. Rochester, MN: Mayo Foundation for Medical Education and Research; 2019 Apr 3. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/mold-allergy/symptoms-causes/syc-20351519.
  9. Asthma and Allergy Foundation of America [Internet]. Arlington, VA: Asthma and Allergy Foundation of America; 2015 Oct. Disponível em: https://www.aafa.org/mold-allergy.
  10. American College of Allergy, Asthma & Immunology [Internet]. Arlington Heights, IL: American College of Allergy, Asthma & Immunology; 2018 Apr 23. Disponível em: https://acaai.org/allergies/types/mold-allergy.
  11. Chaudhary N, Marr KA. Impact of Aspergillus fumigatus in allergic airway diseases. Clin Transl Allergy. 2011 Jun 10;1(1):4. doi: 10.1186/2045-7022-1-4. PMID: 22410255; PMCID: PMC3294627. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3294627/pdf/2045-7022-1-4.pdf.
  12. Goldman DL, Huffnagle GB. Potential contribution of fungal infection and colonization to the development of allergy. Med Mycol. 2009;47(5):445-56. doi: 10.1080/13693780802641904. PMID: 19384753. Disponível em: https://academic.oup.com/mmy/article/47/5/445/1048780.
  13. GI Society [Internet]. Vancouver, BC, Canada: Canadian Society of Intestinal Research; 2004 Mar/Apr. Disponível em: https://badgut.org/information-centre/health-nutrition/yeast-and-mould-allergy.
  14. Storey E. Guidance for clinicians on the recognition and management of health effects related to mold exposure and moisture indoors. Farmington, CT: University of Connecticut Health Center, Division of Occupational and Environmental Medicine, Center for Indoor Environments and Health; 2004.
  15. United States Department of Agriculture [Internet]. [place unknown]: United States Department of Agriculture; 2013 Aug. Available from: https://www.fsis.usda.gov/wps/wcm/connect/a87cdc2c-6ddd-49f0-bd1f-393086742e68/Molds_on_Food.pdf?MOD=AJPERES#:~:text=The%20spores%20give%20mold%20the%20color%20you%20see.&text=Foods%20that%20are%20moldy%20may,that%20can%20make%20you%20sick.
  16. Centers for Disease Control and Prevention [Internet]. Atlanta, GA: National Center for Environmental Health; 2020 Aug 11. Disponível em: https://www.cdc.gov/mold/faqs.htm.
  17. Piecková E, Jesenská Z. Microscopic fungi in dwellings and their health implications in humans. Ann Agric Environ Med. 1999;6(1):1-11. PMID: 10384209. Available from: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/10384209.
  18. Kurup VP, Banerjee B, Hemmann S, et al. Selected recombinant Aspergillus fumigatus allergens bind specifically to IgE in ABPA. Clinical and Experimental Allergy : Journal of the British Society for Allergy and Clinical Immunology. 2000 Jul;30(7):988-993. DOI: 10.1046/j.1365-2222.2000.00837.x.
  19. Crameri R, Hemmann S, Ismail C, Menz G, Blaser K, Disease-specific recombinant allergens for the diagnosis of allergic bronchopulmonary aspergillosis., International Immunology, Volume 10, Issue 8, Aug 1998, Pages 1211 1216, https://doi.org/10.1093/intimm/10.8.1211.
  20. Mayo Clinic [Internet]. Rochester, MN: Mayo Foundation for Medical Education and Research; 2019 Apr 3. Disponível em: https://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/mold-allergy/diagnosis-treatment/drc-20351525.
  21. Nationwide Children’s Hospital [Internet]. Columbus, OH: Nationwide Children’s Hospital; 1976 [2018 Oct]. Disponível em: https://www.nationwidechildrens.org/conditions/allergy-to-mold.